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domingo, 1 de janeiro de 2012

Metas para uma nova escrita.

Com a virada do ano, nada mais na moda do que já ir planejando o que se fará de 2012. Quais as metas para esse novo ano, e como fará para concluir cada uma delas. Esse é o período aonde também, alguns escritores já vão prometendo para si mesmos que livros irão começar, terminar ou então modificar antes da chegada do apocalipse maia. Pois bem, tal plano estratégico é sem dúvidas satisfatório na medida em que organiza sua vida e, pelo menos, lhe impõe algumas atitudes que ajudam seu ofício a seguir em frente. Contudo, quando falamos do ato de escrever, tal qual qualquer manifestação artística onde o principal elemento seja algo tão subjetivo e incontrolável como a inspiração, o melhor é ir com calma.


Com isso, não quero dizer que a escrita, por ser uma atitude sensível, imaginativa e estética, não deva ser planejada e organizada, como qualquer outra coisa da vida. Sem dúvidas que um bom plano, com a construção de um bom roteiro e a organização de um calendário para melhor estabelecer o período de produção, ajudam bastante. Todavia, o motor inicial da escrita, que é uma boa idéia, não é algo que possamos planejar com toda a precisão.

Digo isso porque é muito comum ver pessoas que estão se iniciando no ato de escrever, e até mesmo outros que já estão neste caminho há mais tempo, sentirem-se frustrados por “prometerem a si mesmos que iriam escrever um romance, um conto, ou uma crônica” e verem que seu prazo passou e eles nada conseguiram. Tal atitude acaba por gerar uma angústia desnecessária e antecipada. Pois o processo de elaboração de uma idéia – a menos que você queria a produção de um livro puramente comercial, com roteiro já pronto no mercado – não pode ser completamente metodizado e racionalizado.

Este primeiro passo exige tempo para contemplação, apreciação, reflexão e imaginação de tudo. De outras obras de artes, de idéias e da própria vida como um todo. Este é o momento em que não se pode pedir metas e sim deixar a coisa fluir. Pois os objetivos, neste caso, só irão gerar no possível autor a ansiedade e a sensação de estar com uma grande obrigação nos ombros, a pressão própria de uma fábrica, tendo de trabalhar com planos de metas todos os meses, sempre exigindo de si mais tarefas do que se pode sustentar. Tal tendência transforma a escrita em um ato mecânico, industrial, uma produção em massa. Tudo o que uma boa literatura não pode ser.

Então, como dica para este ano que se inicia e também como meta para novos trabalhos, comecemos pensando em não criar metas para as áreas que não exijam isso como condição. Deixe-as para depois, como quando sua história estiver mais ou menos configurada, quando as grandes idéias já surgiram e o problema passa a ser pô-las em prática. Pois é nesse momento que o planejamento se torna necessário, na medida em que tudo se encaixa no plano das idéias e o desafio passa a ser fazê-las valer no mundo real. Então, use e abuse de calendários, de roteiros, e programas e faça fazer valer a sua escrita.

Afinal, ter um prazo e não conseguir cumprir é frustrante, mas também, ter uma boa idéia e não ser capaz de aplicá-la é ainda pior. E neste momento, uma boa preparação ajuda bastante que para que você possa organizar seu tempo e fazer o melhor possível com ele.

Desejo a todos um 2012 de muita saúde, paz e inspiração. Corram atrás de seus objetivos.



Um comentário:

  1. Adorei seu texto. Uma boa literatura não pode ser mecânica, tem que ser verdadeira e acontecer quando o escritor quiser.
    Parabéns e Ótimo 2012.
    Continue postando aqui que eu irei acompanhar.

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