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sábado, 28 de abril de 2012

Ser escritor, ser historiador.


Em um momento atual de recapitulação pude chegar à conclusão de que os anos de 2011 e 2012 têm sido marcantes para a definição do meu ofício, pois além de ler e escrever mais, também é neste momento que me inicio no mundo das publicações. Em janeiro de 2011, saiu “De Corpo e Alma”, meu primeiro romance publicado. Em junho do mesmo ano, minha primeira resenha crítica, acerca do livro “A História Pensada”, no Caderno Universitário de História da minha universidade. Em 2012, meu primeiro conto de terror está com publicação marcada para este mês, pela editora Estronho, e também estreei no lançamento de artigos acadêmicos com meu primeiro trabalho de história, também lançado pelo CUH. E agora, com “O Véu” bem encaminhado e minha monografia de conclusão de curso transitando bem, posso dizer que estes dois anos foram marcados por intensas produções.

Sem dúvidas, estas foram produções muito diversas e que por muito tempo me deixaram preocupado pelo fato de eu estar transitando por dois caminhos distintos e que poderiam atrapalhar o progresso um do outro. Mas hoje, percebo que este foi um ledo engano, pois não só foi e é possível conciliar as duas vertentes como descobri que elas são mais convergentes do que antes podia supor. E mais ainda, atualmente tenho a consciência de que se eu quiser ser um bom historiador, preciso ser um bom escritor fantástico, e se eu quero ser um bom escritor, preciso ser um historiador melhor.

Eu sei que a fantasia cuida das coisas da imaginação, enquanto a história do mundo empírico. Todavia, esses dois mundos são mais próximos do que consideramos possível. A fantasia depende da história, das coisas reais, do mundo empírico para construir, ela própria, seu universo. É da nossa existência, da nossa tradição, que tiramos a base para sermos capazes de construir nossas próprias realidades alternativas. E a História depende da fantasia, pois é só e somente só através dela que conseguimos acessar esse tempo passado que nos é tão distante. A imaginação histórica, capaz de dar sentido a um documento, um vaso ou qualquer outro fragmento de um tempo que passou.

Quando escrevo história, sou rigoroso, tenho uma metodologia própria a seguir e um compromisso com aquele que vai ler meu texto. Quando escrevo literatura, também. Com a ficção, minha imaginação pode alcançar voos mais altos, mas é também esta mesma imaginação – em doses mais controladas - que garante minha criatividade em pensar um objeto novo para pesquisas. Os homens precisam de história para dar sentido às suas vidas, e precisam de literatura para poder enxergá-la com mais cores. A história abre caminhos para se conceber o passado, a literatura nos volta para o futuro. A história lida com o improvável, a fantasia com o impossível. E todos esses trabalhos somente são possíveis de serem realizados com imaginação.

Nesse sentido, fico feliz em saber que posso trilhar por dois caminhos repletos de potenciais e utilizar uma de minhas maiores qualidades, a criatividade, para tentar dar minha contribuição para este mundo. Sei que este artigo está com cara de desabafo, e não de uma reflexão tal quais as postagens a que estou acostumado a publicar no blog, contudo é este exatamente o meu objetivo: dividir um pouco esta experiência.   

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