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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Resenha: Cinco minutos, de José de Alencar


Ser um clássico da literatura brasileira e ainda um grande representante de um movimento literário forte no Brasil como o romantismo, traz dois problemas para qualquer análise crítica de José de Alencar: o primeiro perigo é colocá-lo em um pedestal inalcançável, tornando seus trabalhos impossíveis de criticar seja pelo fato deste ser um clássico ou por estarmos tão longe dele no tempo que alguns aleguem que não seríamos capazes de entendê-lo por completo, mesmo que tentássemos. O segundo problema é, por este pertencer a um movimento literário que nos é ensinado como coeso e homogêneo ao longo de nossa vida escolar, subestimar a qualidade individual do autor e enquadrá-lo em enredos próprios de trabalhos deste estilo, ignorando assim as características próprias de cada livro.
Nesse sentido, vamos por partes. Cinco minutos é uma novela curta, como o próprio nome já sugere e como alega o próprio autor, que o considera um bom livro para ser lido em um momento onde o tempo anda cada vez mais curto para cada indivíduo. Ele narra a história de nosso narrador que em uma simples viagem de bonde conhece uma jovem, e nos cinco minutos que se passam de trânsito, consegue se apaixonar completamente por ela. Depois deste rápido e intenso encontro, enamorado pela jovem que conheceu tão brevemente, mas de forma tão terna, nosso herói se coloca em uma busca para conhecer mais dela e conseguir enfim declarar seu amor. Com base nesta breve introdução, muitos leitores já devem prever elementos que constituem o enredo. Temos um amor idealizado, uma mulher pura, uma série de barreiras para a realização deste amor e um fim trágico.
Para não estragar a surpresa de um futuro leitor, permitirei apenas dizer que alguns desses elementos surgem, outros não. Faço isso pois nesta resenha me proponho a realizar um duplo esforço: o primeiro, elementar, de fazer uma avaliação crítica do trabalho; e o segundo, mais específico, é auxiliar na desconstrução simplista que possuímos do passado literário. Pois nós costumamos entender o nosso tempo como algo complexo, multifacetado, heterogêneo, e temos a tendência a atribuir ao passado o lugar do óbvio, do previsível, do homogêneo. Como se só e somente nós fôssemos capazes de sermos plurais e aqueles que nos antecederam fossem todos iguais.
Enfim, encerrando com o muro das lamentações, justifico a escolha deste trabalho. Dos livros de Alencar que já li, este foi sem dúvidas o que mais gostei. O achei de bom tom, agradável, meloso em algumas partes, mas bonito na sua maioria. Partes surpreendentes aguardam aqueles que por ele se aventurarem, e uma leitura rápida e prazerosa também. E para não dizermos que estou dizendo isso apenas por ser José de Alencar, deixo a pequena alfinetada: odeio Iracema e Guarani. Mas enfim, isto já nos é uma outra história...

3 comentários:

  1. eu qropoo q vxs vão tomaaaaaaaaaaaar vnuuuuuuu k´´´´´´ú

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  2. irairairiariairwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww

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  3. Ele não pega um bonde, é um ônibus. E ele não passa 5 minutos no primeiro encontro com Carlota. O autor não diz quanto tempo. Os cinco minutos referidos no início e no fim do livro, é o tempo de atraso do personagem. tempo este, que o fez perder o ônibus, e pegar outro. No qual, Carlota se encontrara.

    Fim Trágico?
    Eles realizam seu sonho de amor. O que tem de tágico nisto?

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