Posso
dizer sem margem para erros que esta foi minha leitura mais marcante de 2011 e
uma das mais importantes que já realizei na vida. E porque digo isto? Pois este
livro conseguiu me atingir em vários níveis: no nível patético(das emoções),
estético(da sensibilidade) e noético(da racionalidade).
O
livro de Teule é uma excursão por um mundo sombrio e inconfessavelmente
próximo. Passando-se em um futuro não tão distante, onde a morte das utopias,
sejam religiosas, nacionais ou outras quaisquer, deixam para trás uma
humanidade descrente e vazia de sentido, há a loja da família Touvaché. Uma
loja que tem por função fornecer instrumentos com os quais as pessoas possam
dar cabo de suas próprias vidas. E dentre as tradições da família guardiã da
loja, encontra-se a regra de nunca dizer aos seus clientes “Volte sempre”.
Com
esse pequeno resumo, podemos entender de cara o tom do trabalho. O humor negro,
a sátira e a tragicomédia ditam A loja dos suicidas. Nele, o cenário é muito
bem construído, - sombrio, característico do estilo punk-gótico - os personagens
são caricatos, mas vivos, e os diálogos estão carregados de ironia, que por sua
vez obrigam o leitor a pensar assuntos a respeito do sentido da vida e da morte
e do direito que temos de escolher entre esses caminhos. Falando deste jeito,
dá-se até a impressão que é um livro de autoajuda. Contudo, não se engane, pois
ele é tudo, menos autoajuda.
O leitor que se
atrever a excursar dentro de suas páginas pode até não gostar, mas duvido que
não vá se surpreender com o estilo original do autor. Uma narrativa rápida, um
livro de pouco mais de cinquenta páginas, mas repleto de estilo.
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