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sábado, 19 de maio de 2012

Resenha: A loja dos suicidas – Jean Teulé


Posso dizer sem margem para erros que esta foi minha leitura mais marcante de 2011 e uma das mais importantes que já realizei na vida. E porque digo isto? Pois este livro conseguiu me atingir em vários níveis: no nível patético(das emoções), estético(da sensibilidade) e noético(da racionalidade).


O livro de Teule é uma excursão por um mundo sombrio e inconfessavelmente próximo. Passando-se em um futuro não tão distante, onde a morte das utopias, sejam religiosas, nacionais ou outras quaisquer, deixam para trás uma humanidade descrente e vazia de sentido, há a loja da família Touvaché. Uma loja que tem por função fornecer instrumentos com os quais as pessoas possam dar cabo de suas próprias vidas. E dentre as tradições da família guardiã da loja, encontra-se a regra de nunca dizer aos seus clientes “Volte sempre”.

Com esse pequeno resumo, podemos entender de cara o tom do trabalho. O humor negro, a sátira e a tragicomédia ditam A loja dos suicidas. Nele, o cenário é muito bem construído, - sombrio, característico do estilo punk-gótico - os personagens são caricatos, mas vivos, e os diálogos estão carregados de ironia, que por sua vez obrigam o leitor a pensar assuntos a respeito do sentido da vida e da morte e do direito que temos de escolher entre esses caminhos. Falando deste jeito, dá-se até a impressão que é um livro de autoajuda. Contudo, não se engane, pois ele é tudo, menos autoajuda.
O leitor que se atrever a excursar dentro de suas páginas pode até não gostar, mas duvido que não vá se surpreender com o estilo original do autor. Uma narrativa rápida, um livro de pouco mais de cinquenta páginas, mas repleto de estilo.

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