“Carrie
a estranha” é um livro que pode nos parecer bastante atual, visto que toca
muitas vezes na questão do Bullying,
o grande vilão da pedagogia contemporânea e endemoniado pela mídia de hoje. O trabalho
de King narra a história da jovem Carrieta White, jovem suburbana dos EUA que
poderia ser considerada uma simples garota sem sal, estudiosa e excluída em seu
colégio, tal como muitas jovens norte americanas, se não fosse o fato dela
apresentar padrões de energia pouco comuns a qualquer ser humano. Com a
capacidade de mover objetos apenas com o poder da mente, poder esse que se
manifesta através de seus sentimentos caóticos, Carrie parece uma bomba relógio
prestes a explodir. Então, some-se isso ao fato dela ser perseguida por colegas
sociopatas e criada por uma mãe extremamente religiosa que considera a filha a
encarnação do diabo e então temos um prato cheio para uma história cheia de
horror e efeitos mirabolantes.
Eu
li este livro depois de assistir ao filme e fiquei feliz em perceber que o
primeiro é extremamente melhor. Mesclando vários tipos de gêneros de escrita - da
narrativa em terceira que permeia ao longo do romance, para o discurso em
primeira quando entramos no diário de Sue; e da linguagem acadêmica apresentada
nos trabalhos científicos sobre poder paranormal Carrie para a narrativa
sentimental de relatos de pessoas que presenciaram os efeitos devastadores dos
poderes da jovem -, o leitor tem diante de si um livro dinâmico e envolvente.
Os
personagens, no geral, são clichês. A
linha entre o bem e o mal é muito bem definida e há pouca complexidade nas
ações dos envolvidos. Porém, no meio dessa superficialidade, Carrie é a
personagem melhor trabalhada. Ela trás consigo o estigma da menina perseguida,
que sem dúvidas explica seu desejo de vingança e suas revoltas com o mundo,
todavia, por mais envolvido com o drama da jovem que o leitor possa estar, a
explosão de Carrie ainda transita entre a ação justificável e a vingança
desmedida.
Nem
uma heroína, nem uma vilã. Assim se define Carrieta White.
Aprecio muito esse autor! Aida falta muitos livros dele pra eu ler, inclusive esse. Sua resenha me fez estar mais imediatista quanto a aquisição desse livro! Valew! :-)
ResponderExcluireu vi o filme e tentei fazer uma fanfic masnao deu certo. é uma ótima dica.^^
ResponderExcluir... Não consigo entender realmente bulhufas, nadinha mesmo, quando encontro pessoas que não conhecem SK ou não lêem o autor, dizendo que os livros dele abordam apenas o horror, o descabido, o sobrenatural e por aí se vai. Todavia, em todos os livros, se nos atentarmos realmente para as entrelinhas e é aí que Stephen se supera, existem mensagens de todos os tipos, advertências, sugestões, críticas, menções, loas, inferências. Se me parece e sempre me pareceu, que SK diz a que veio e a que escreve, em cada livro que edita, não devemos apenas ler cada obra sua, mas o mais importante é saber apreender o que contém cada trama. Todos os livros editados por Stephen já li até hoje e estou doidinha de pedra que Julho chegue e possa vir até nós, o mais recente lançamento, 11/22/1963, que com toda certeza, assim como Carrie, O Iluminado, Saco de Ossos, Desespero, Cemiterio, Christine, etc etc., trará com toda a certeza alguma mensagem subliminar em cada linha editada.
ResponderExcluirEu diria que não apenas King, mas toda a literatura, seja fantástica, seja "realista", trazem consigo uma mensagem para além do enredo. Seja intencional, seja de forma despercebida ao próprio autor.
ResponderExcluirFalando de King, é muito difícil hoje alguém com o mínimo de acesso a entretenimento não o conhecer. Podem não associar a obra ao autor, mas já ouviram falar em seus trabalhos, mesmo que exclusivamente por cinema. Até agora, não o li tanto. Somente dois livros: O iluminado, que não gostei, e este, que apreciei bastante.
Eh, uma fanfic cairia bem para este livro. acho que vou roubar sua idéia Aleska. rsrsrs
Valeu gente, obrigado pelos comentários, Aleska George e Luz.