Reunindo qualidade gráfica e literária, “O ladrão de destinos”
se apresenta como um prato cheio para os fãs do gênero fantasia e
para os amantes da literatura infanto juvenil. Além da originalidade
do roteiro, sua história chama a atenção por incorporar elementos
que muito lembram os antigos filmes da Disney, tanto no que
diz respeito às ilustrações, quanto ao próprio enredamento da
estória e constituição dos personagens. Detalhe esse que possui a
capacidade de agradar tanto ao público jovem como adulto.
Ambientado na cidade de São Paulo, Mayumi Chen, jovem estudante de
ascendência oriental, descobre-se portadora de uma habilidade
especial: ela consegue vagar pelos dois planos que separam o que
seria o mundo material do espiritual, ou o mundo dos despertos e dos
adormecidos. Além desta capacidade única, por acidente, revela-se
também para Mayumi um dom um tanto quanto perigoso. Ela tem o
potencial para ser uma ladra de destinos.
Roubando por acidente o destino de seu irmão, que ainda se encontra
na barriga de sua mãe, Mayumi tem que se colocar em uma aventura
para reaver e devolver o brilho retirado do pequeno Chen. Conhecendo
assim personagens misteriosos e fascinantes, atravessando planos
fantásticos, e descobrindo segredos místicos, Mayumi, descobre em
si não apenas uma ladra de destinos, mas também uma pessoa muito
mais forte e destemida do que jamais se imaginou.
Nanuka traz para o cenário de “O ladrão de destinos” a
influência da cultura oriental, elemento este bastante acrescentador
para nossas livrarias atuais, saturadas da presença europeia e
americana. E Mayumi é uma personagem fortemente impactada pela
novidade do mundo em que se descobre e suas questões em muito
apresentam nossas próprias indagações a respeito de questões
primordiais: “quem nos somos?”, “para onde iremos?” e, acima
de tudo, “o que fazemos aqui?”.
Nesse sentido, recomendo a leitura de “O ladrão de destinos”,
pela sua originalidade, leveza e conteúdo, que nos enleva com uma
história prazerosa, mas nos põe a questionar sobre assuntos que
dizem respeito a todos. Afinal, qual seria o nosso destino neste
mundo no qual vivemos, onde muitos possuem respostas, mas poucos se
perguntam?
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