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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Divulgação, Mídia e Literatura Brasileira.


Não é novidade para ninguém o fato de que ainda é pequeno o espaço que a produção nacional fantástica desfruta dentro do mercado literário brasileiro. Esse mesmo tema já foi discutido aqui no blog em outros ensaios como “A difícil tarefa de se vencer o estrangeiro em nosso próprio território”. E essa deficiência se deve, em grande parte, ao pouco espaço que nossos autores têm na grande mídia.
 Além de oferecerem um risco maior para a publicação no Brasil, as obras estrangeiras contam ainda com um grande arcabouço midiático: muitas delas são, foram ou serão, projetos de grandes produções cinematográficas; O “Amerian way of life” está presente e grande parte dessas obras estão voltadas para o consumo em massa, sendo elas capas de revistas, temas em programas de televisão, e algumas delas ainda têm suas próprias músicas na rádio. Com uma base marqueteira tão intensa, é realmente difícil para um pobre iniciante brasileiro, que não têm acesso a esses meios, levantar seu humilde dedo e dizer: “Hei, eu também escrevo.” Mas não acho que isso também seja o fim do mundo.
Discuti uma vez com colegas da faculdade sobre o poder da mídia sobre as mentes das pessoas. E uma concepção realmente muito comum é a de que ela (a mídia) têm poder de decisão sobre as mentes das massas. Mas o que mais me incomodou nessa concepção é que a grande maioria das pessoas pensam que essa relação entre mídia e público se dá unicamente pela simples manipulação. Acho bastante complicado pensar dessa forma, não que discorde totalmente dessa idéia.
O que há na verdade, a meu ver, é certo comodismo por parte do público. Um comodismo, também a meu ver, bastante coerente. Pois no mundo atual, aonde temos um boom de produção artística, realmente é bastante complicado conseguirmos filtrar tudo aquilo que é lançado e escolhermos bem o que serve ou não para nós. Nesse sentido, ao invés de realizarmos uma verdadeira busca atrás de obras que não têm grande projeção, nos sentimos muito mais cômodos em receber aquilo que nos é apresentado. Não porque somos marionetes nas mãos da mídia, mas porque de fato tem muita coisa para se ver e pouco tempo para se procurar.
Nesse sentido, o que eu quero chamar a atenção é para o detalhe de que, se você, autor nacional, quer ser visto, primeiro é necessário que você apareça. Ninguém vai te achar se você se manter escondido nos confins do universo. A internet hoje é uma grande ferramenta para aqueles que querem divulgar seus trabalhos. O mundo da música é o maior exemplo disso, onde alguns novos artistas conseguem seu espaço em redes sociais como o You Tube e o My Space. Se antes eles dependiam das grandes rádios e gravadoras, hoje nem tanto. O mesmo ocorre com a literatura e nesse meio, o Skoob e os blogs parecem os grandes aliados da produção nacional. Porém, mais uma vez digo, eles nada poderão fazer por um novo autor se ele no mínimo não se apresentar para esses meios.
Num papinho que estava batendo com o autor de “O Mundo de Avalon”, Vincent Law, ele me falou, por exemplo, de autores que simplesmente sumiram da internet após conseguirem publicar seus livros. Talvez estando acomodados agora que conseguiram uma boa publicação, e acreditando que por isso não precisassem mais correr a trás de um público. Isso é bastante complicado. Mas ele também me chamou a atenção para outros que, mesmo depois de estabilizados, como Nelson Magrini, ainda se dedicam a divulgar seus trabalhos e a manter contatos com seus leitores. Tal tema motivou a construção desse artigo, pois me fez pensar principalmente da importância para nós, autores iniciantes, de divulgarmos nosso trabalho.
As redes sociais, aonde o Skoob talvez seja a maior na nossa área, permitem a nós autores estarmos abertos ao público, proporcionando saber o que ele quer, que tipo de leitura os agrade e, principalmente, nos proporcionam a possibilidade de saber o que eles realmente pensam de nosso trabalho. É uma experiência muito positiva. Mas o que talvez seja de maior importância para nosso trabalho é que sites como o Skoob e os blogs nos fornecem uma arma de divulgação que independe da grande mídia.
Tá certo que é trabalhoso, e que às vezes dá um forte desânimo principalmente quando comparamos nossa repercussão com a de algum grande autor estrangeiro, mas essa é a nossa melhor arma. É dela que dispomos para conseguirmos aparecer nesse meio aonde tanto é produzido. Uma dica para novos autores: não nos apeguemos a crença romântica de que nosso talento único será reconhecido sem que estejamos dispostos a oferecermos nossa cara a tapa. Não pensemos que o destino irá nos trazer um agente ou um editor muito famoso que nos olhará e, a primeira vista, achará que temos potencial, que podem investir em nós e assim alcançaremos o estrelato. Pois isso não acontecerá. A menos, é claro, que você tenha MUITA sorte. Quase aquela mesma sorte presente nos sonhos de muitos e muitos brasileiros, que é a de ganhar na Megasena e serem milionários sem nem ao menos apostar nela. Como se de alguma forma o destino fosse trazer um bilhete premiado trazido dos ventos. Francamente, temos que perder um pouco dessa mentalidade.
Você que é novo autor, não vá correndo com seu primeiro manuscrito para uma grande editora, pois elas já têm livros demais para avaliar e dificilmente se darão ao trabalho de nos analisar se não tivermos de fato nada para mostrar.  
Meios nós temos. Não são os mais fáceis, talvez não sejam os mais fortes, mas querer nunca será poder se você não criar os meios para isso. Disponibilize seu trabalho, bata de porta em porta o apresentando. Temos muitos brasileiros querendo ler literatura nacional, mas como eles vão nos encontrar se não tentarmos de alguma forma aparecer para eles? 

6 comentários:

  1. Concordo plenamente que a internet é uma ferramenta indispensável a qualquer escritor que queira ampliar seus espaço, ou mais ainda, que anseie ser visto como escritor. Se a internet não existisse, com absoluta certeza, nunca ouviria falar que existem escritores brasileiros. Pra falar a verdade, nem André Vianco eu conheceria se não fosse a internet há um ano atrás.
    O bom das redes sociais como blogs, o próprio Skoob, ao meu ver, a melhor ponte de transição entre a terra dos leitores e a terra dos escritores, são fundamentais para que o mercado brasileiro chegue ao conhecimento da massa. Não será tão eficiente quanto aquela propaganda demasiada dos best-sellers e filmes de livros que se vê em tudo o que é lugar, mas já é um bom adianto.
    "O Véu" é uma grande prova disso. Toda vez que olho na página do Skoob de seu livro, percebo que mais e mais gente começa a ler com maior frequencia que de outros escritores brasileiros, que diferente de você, não investem pesado em marketing virtual. E quando digo isso, refiro-me ao "bater de página em página" que você faz no Skoob, ou seja, um escritor chato que aparece do nada e pede para o leitor dar uma olhada no seu livro XD...É cansativo, posso imaginar, mas vem dando bons frutos pelo o que vejo.
    Sabe que assim que lançou o Skoob tive uma idéia parecida. Vi esta rede social como uma enorme ferramenta para divulgação, atingir leitores assim tão facilmente, "que beleza!", eu pensei. O problema era que eu não tinha livro pronto. Porém, devo terminar meu ebook de uma série de fantasia, que será apenas um aperitivo. Meu intuito é lançar esse livro eletronico para angariar pré-leitores para meu primeiro livro, que será dentro do mesmo universo do e-book. Na verdade, o ebook é um apendice de um fato que ocorre no inicio do primeiro volume da série.
    Então, em breve, devo trilhar este caminho "chato" de divulgação em redes sociais. Entrementes, vou escrevendo meu primeiro livro para uma editora. O ideal seria conseguir uma boa popularidade com o ebook, para assim, o livro entrar no mercado com um "currículo de leitura", digamos assim, hehe.

    Bom, fiquei mesmo triste com o pouco caso que outros escritores fazem da rede. Aqui, que seria o lugar ideal para reunir o exército inteiro e levantar nossa bandeira nacional e marchar para a guerra. Mas muitos escritores estão sendo recrutados para esta batalha; alguns morrem cedo, outros vencem uma batalha e rumam ao exílio, e outros continuam lutando para conquistar território. (sou um novato no meio destes guerreiros, mas tá valendo, hehe)

    Acredito que pouco a pouco, as coisas vão mudar, visto que a visão de escritores nacionais não para de crescer. Vide a "Fantástica", um projeto que nem me passou pela cabeça que um dia existiria. Isso dá mais esperança e força.

    Ótima postagem como sempre, cara.

    Abraços.

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  2. eu sempre dou uma olhadinha aqui em seu blog, porque gosto muito das suas opiniões... são sinceras. Lendo esse poster eu só lembrava do seu livro "o véu", se vc não tivesse ido na minha pág do skoob e me apresentado ele, talvez nunca teria desfrutado de uma leitura tão maravilhosa.
    parabéns gostei muito
    beijos

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  3. O Véu é realmente um grande exemplo. É um trabalho cansativo, sem dúvida, mas tudo o que vale a pena é. O retorno recebido é maravilhoso e permite o maior marketing de todos: o boca a boca. Ter alguém que leu e fala para o amigo, vizinho, parceiro, ou outro: "Eu li e é bom". :)
    A Fantástica com certeza está se mostrando um verdadeiro tanque de guerra, capaz de adentrar as fronteiras da da descrença de muitos leitores derrubar as defesas que o preconceito cria, mostrando os valores de nossa produção. Gosto muito do trabalho deles.
    Fico muito contente que tenha gostado do meu trabalho Salomé. E Luiz, faça isso cara, pois é um ótimo cartão de visitas que voc~e vai criar.
    Muito obrigado. E também não posso terminar esse comentário sem agradecer ao Vincente Law, pois foi ele quem me deu a dica de escrever sobre o assunto. Valeu Vincente. caso queiram conferir o blog dele, o endereço é esse: http://revelandoagnose.blogspot.com

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  4. Isso é a pura verdade. E penso que as editoras poderiam valorizar mais os escritores nacionais, investir no novo. É muito cômodo pegar o que já vem pronto, como você citou. O jeito é correr atrás mesmo. Porque é raro a gente ver brasileiro valoriando brasileiro.

    Já disse que adoro seu blog, né?!
    Até

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  5. rsrs Disse sim, mas não caso de ouvir (ler). ^^ Obrigado Mônica. De fato ess e também é outro problema. Até fiz um artigo só para ele em "A difícil tarefa de se vencer o estrangeiro em seu próprio território". :)
    Beijão Mônica
    Até

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  6. Oii
    Hoje o Blog 100% Leitura atingiu 10000 Visitantes! Passa por lá e leva o Selinho conforme as regras! Obrigada!

    =)

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    Bj

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