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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Resenha: Onze Minutos, de Paulo Coelho


Este é um dos meus trabalhos favoritos do “Mago”, que repudiado pela intelectualidade brasileira, merece certo destaque pelas riquezas que traz em suas obras. O livro nos conta a história de Maria, jovem do interior que em uma guinada na vida tem a chance de conhecer a Europa e viver uma vida de estrela de cinema. Esta, como todos devem saber, é uma armadilha comum, na qual muitas meninas inocentes caem, sendo levadas para longe de seus países e traficadas no exterior. No caso de Maria, não foi diferente. Enganada, vai servir de prostituta na Suíça. Todavia, ao contrário do fim trágico que normalmente se espera, esta viagem faz nossa protagonista vivenciar um novo mundo de autodescobertas e possibilidades.

O tom de autoajuda, comum em Paulo Coelho, está presente basicamente em toda a obra e alguns leitores podem até mesmo ficar cansados dos monólogos de plena sabedoria em que os personagens se colocam em vários momentos da história. O ar fantasioso de “Onze minutos” também pode incomodar muitos, na medida em que nossa personagem principal, uma jovem sozinha em um país estrangeiro, conhecendo uma língua obscura, sem instrução ou contatos que possam lhe ajudar, ainda assim consegue vencer na vida e estar nesse estranho mundo de forma natural. Tal surrealidade com certeza incomodará aqueles carentes de uma pouco de veracidade, mas agradará a maioria que não se importa com um pouco de fantasia em meio a suas histórias.

Em todo o caso, pontos valorosos devem ser destacados. O primeiro é o próprio poder de pesquisa do autor, que passeia por tradições místicas dos mais diversos pontos do mundo, recheando “Onze Minutos” daqueles extensos monólogos de sabedoria oriental e ocidental que, apesar de chatos para alguns, são imensamente interessantes para outros. Outro ponto importante na obra de Coelho é o próprio ensinamento de tolerância e respeito que cada um de seus livros traz. Em um mundo em que os movimentos fundamentalistas crescem e as raízes da intolerância parecem firmemente fincadas no solo, obras como esta são importantes, primeiro por trazerem mensagens valorosas e segundo por serem transmitidas por alguém que tem o domínio de uma boa oratória, capaz de convencer e comover os corações mais duros e as racionalidades mais intransigentes.

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