Escrever literatura infantil é um verdadeiro desafio. Se por um lado
é necessário suavizar a escrita para adaptá-la a um publico
inicial, por outro também não se deve subestimar a capacidade
cognitiva das crianças e apresentar um trabalho medíocre. Já vi
muitos livros infantis que, por menosprezarem a criança, acabam por
criar uma historinha tosca, recheada de desenhos sem muito cuidado
estético, mas intensamente coloridos apenas para chamar a atenção,
livros que qualquer macaco treinado poderia fazer melhor. O que é
algo intensamente triste, pois menospreza um público que deve ser
bem preparado e convidado ao hábito de ler.
Mas fico feliz em apresentar um livro que foge a esta regra. Shel
Silverstein foi realmente feliz em sua “Árvore generosa”, um
trabalho bonito, que mescla história simples e reflexão apurada,
com uma moral intrínseca que é capaz de fazer pensar e, por pensar,
até mesmo chorar.
O livro narra a história de amor do menino e sua árvore. Sobre
amor, pode-se entendê-lo de duas formas distintas. Um que quer ter,
o outro que quer oferecer, um interesseiro, outro desprendido, um
egoísta e outro altruísta. O livro, além de uma lição de
educação ambiental, é também um aprendizado acerca das relações
humanas, da utilidade que damos ao outro, seja humano, seja outra
coisa.
Uns querendo tanto e outros tão pouco para serem felizes. Relações
que são construídas e destruídas pelo tempo, pelas mudanças. E
principalmente a capacidade de se dar valor as coisas, mesmo quando
aparentemente já perderam todos os seus potenciais. Estas são
apenas algumas das lições encontradas por aqueles que se
aventurarem por estas páginas.
Uma leitura ágil, cativante, que com certeza agradará muitos grupos
etários. Bom para se ler sozinho, mas melhor acompanhado, importante
de se ler para si, mas ainda mais importante ler para os outros. Sem
dúvidas um livro que deve ser compartilhado de forma generosa.
Gostei da explicação, estava procurando sobre isso, ainda bem que encontrei aqui :)
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